As vitaminas D3 e K2 podem regular o metabolismo mineral?

O osso é um tecido compacto e metabolicamente ativo, que sofre constante regeneração, o que permite com que o esqueleto tenha uma adaptação funcional e a capacidade de regeneração. O processo de remodelação óssea é complexo, e ainda exige muitos estudos acerca dos diferentes estímulos como citocinas, fatores mecânicos, de crescimento e hormonais. Todos eles agem conjuntamente para um equilíbrio adequado entre a reabsorção de cálcio e a deposição de fósforo de cálcio nos ossos. 

Apesar de ser um processo complexo, sabe-se que o metabolismo do cálcio depende do metabolismo da vitamina D, o que faz com que eles sejam interdependentes. A vitamina D é essencial para uma absorção adequada de cálcio no intestino, mantendo os níveis séricos de cálcio adequados. Porém, os níveis séricos de cálcio nunca podem estar baixos, pois é um risco para distúrbios hipovolêmicos e alteração nas concentrações de eletrólitos que participam da sinalização celular. 

Portanto, quando há diminuição de cálcio sérico, o paratormônio é ativado (PTH), retirando cálcio dos ossos e disponibilizando na corrente sanguínea. A partir desse processo, baixos níveis de vitamina D e de cálcio no organismo são fatores de risco para uma diminuição da densidade mineral óssea, aumentando o risco para osteoporose e fraturas.

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A manutenção de níveis adequados de cálcio e fósforo séricos requerem interações complexas entre os rins, o trato gastrointestinal e os ossos. A vitamina D é tão importante no metabolismo, denominada como um hormônio calciotrópico, assim como o PTH e os hormônios que controlam a homeostase do fósforo como o FGF-23. Eles são de extrema importância para o controle dessas interações. 

São diversos os fatores que influenciam a densidade mineral óssea, alguns podendo influenciar ainda no período embrionário fetal, enquanto outros irão afetar na infância, adolescência ou vida adulta. Alguns desses fatores são a nutrição, o estilo de vida, atividade física, mobilização, hormônios, fatores de crescimento local e citocinas, fatores genéticos, entre outros. 

É importante ressaltar, que uma baixa ingestão adequada de vitaminas e minerais pela alimentação durante a infância e adolescência pode acabar não ativando os genes para o crescimento mineral adequado, causando um crescimento abaixo do esperado, deformidades ósseas ou doenças relacionadas à deficiência de vitaminas. 

Após diversos estudos acerca da vitamina K, percebeu-se que dos seus 3 tipos: K1, K2, e K3, a mais ingerida e presente nos alimentos vegetais (verdes escuros, em grande maioria) tem uma função nem tão significativa na regulação do metabolismo ósseo. Por sua vez, a vitamina K2, que possui diversas variações: as menaquinonas, obtidas como produto da fermentação de bactérias, possuem maiores benefícios e aplicações em doenças cardiovasculares e na regulação do metabolismo ósseo. Esse tipo de vitamina K é mais encontrado em produtos fermentados de origem animal.

Referências Bibliográficas:

IWAMOTO, Jun; TAKEDA, Tsuyoshi; ICHIMURA, Shoichi. Effect of combined administration of vitamin D3 and vitamin K2 on bone mineral density of the lumbar spine in postmenopausal women with osteoporosis. Journal of orthopaedic science, v. 5, n. 6, p. 546-551, 2000.

IWAMOTO, Jun; TAKEDA, Tsuyoshi; ICHIMURA, Shoichi. Treatment with vitamin D3 and/or vitamin K2 for postmenopausal osteoporosis. The Keio journal of medicine, v. 52, n. 3, p. 147-150, 2003.

RAMÓN, Alicia Montaner. Risk factors of bone mineral metabolic disorders. In: Seminars in Fetal and Neonatal Medicine. WB Saunders, 2020. p. 101068.

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