A vitamina D, atualmente, é até mesmo considerada um hormônio, devido à sua múltipla importância no metabolismo. Ela é um importante fator para a imunidade, além de ser um regulador do metabolismo mineral e ósseo. A sua principal fonte é por meio da ação da radiação solar ultravioleta, que promove a síntese de 7-dehidrocolesterol na pele, modificada posteriormente para colecalciferol (vitamina D3). Outro meio menos eficaz de se obter a vitamina D é pela via dietética de alimentos como peixes gordurosos selvagens (salmão, atum, arenque), cogumelos selvagens (D2) e também por meio de alimentos fortificados, como leite, cereais e sucos.
Além disso, também é necessário um bom funcionamento hepático e renal, pois a vitamina D é primeiramente oxidada no fígado a 25-hidroxivitamina D3 e posteriormente no rim a 1,25-hidroxivitamina D, sua forma ativa utilizada pelo organismo. Por ser um importante regulador do metabolismo mineral, a falta de vitamina D ou a possibilidade da oxidação dessa vitamina no metabolismo pode acabar causando problemas ósseos, como a osteoporose, muito comuns em pacientes renais crônicos.
Quais são os níveis séricos ideais de vitamina D?
O mais recomendado, atualmente, é que os níveis séricos de vitamina D estejam ≥ de 30 ng/ml5, sendo que os níveis <20 ng/ml são considerados deficientes e entre 20-29 ng/m insuficientes para o seu papel no metabolismo. Esses valores são baseados em níveis mínimos requeridos para uma absorção adequada de cálcio pelo intestino, para a supressão de hormônios paratireoidianos (PTH), diminuição da perda de massa óssea, risco de queda e de fraturas causadas pela osteoporose.
Atualmente, a deficiência de vitamina D é bastante comum em adultos e pessoas idosas, e ainda maior quando estão em situação de internação/hospitalizados. Isso se deve aos principais fatores que levam a essa deficiência, que são a baixa exposição à luz solar, a diminuição da síntese de vitamina D pela pele, a baixa ingestão de alimentos suplementados, assim como as mudanças de estações e a latitude geográfica.
Os resultados são os mesmos comparando a suplementação de vitamina D3 e D2?
Um ponto de discussão é qual tipo de vitamina D utilizar na suplementação. Antigamente se utilizava bastante a vitamina D2 (ergocalciferol), pois a consideravam equivalente à vitamina D3 (colecalciferol). Porém, atualmente os trabalhos já mostraram uma maior efetividade da suplementação com vitamina D3 para alcançar e manter níveis adequados de 25-hidróxi-colecalciferol.
Um trabalho de 2012 comparou o efeito da suplementação de 800 UI de D2 e D3 sobre a 25-OHD em mulheres maiores de 65 anos em um ambulatório. Após 7 dias se observou um aumento de ~25% apenas nas pacientes suplementadas com vitamina D3. Além disso, após 45 dias de suplementação, observou-se maior efetividade da suplementação de vitamina D3 para aumentar os níveis de 25-OHD, quando comparado com a suplementação de vitamina D2.
➤ Referências Bibliográficas:
FÉLIZ, Débora Azevedo; DE ANDRADE, Romário Pereira; DO ROSÁRIO, Kauane Durães. Influência da vitamina D na saúde humana. Revista de Iniciação Científica e Extensão, v. 2, n. 3, p. 163-166, 2019.
SEIJO, Mariana et al. ¿ Es equivalente la suplementación diaria con vitamina D2 o vitamina D3 en adultos mayores?. MEDICINA (Buenos Aires), v. 72, n. 3, p. 195-200, 2012.