Por que é importante compreender a diferença entre esses tipos de carboidratos?
Os carboidratos são o substrato energético preferencial para a maioria das células do organismo humano, especialmente as do sistema nervoso central. Além disso, durante exercícios de endurance de longa duração, a produção de energia apresenta uma elevada dependência de níveis adequados desse macronutriente para garantir uma boa performance.
A questão é que, dependendo da fonte da qual está sendo ingerido, o carboidrato apresenta diferentes efeitos sobre os níveis de glicose e, consequentemente, de insulina no sangue. Uma glicemia mais estável é favorável do ponto de vista metabólico e clínico – para evitar picos de insulina, estímulo lipogênico e desregulação do lipidograma – assim como no contexto esportivo – pois favorece uma maior oxidação de gordura e manutenção dos níveis de glicogênio muscular, que podem fazer toda a diferença nos momentos finais de treinos e provas de longa duração.
O que determina o efeito que um certo tipo de carboidrato terá sobre a glicemia é o seu índice glicêmico, que está diretamente relacionado à sua estrutura química, velocidade de digestão e absorção. Para o controle e redução do peso, manejo e tratamento de condições cardiometabólicas e manutenção da performance esportiva, carboidratos de baixo índice glicêmico apresentam vantagem em relação aqueles de índice glicêmico maior. Isso porque quanto menor o valor de IG, menor a velocidade de digestão, absorção e, dessa forma, menores os impactos no aumento da glicemia e insulinemia.
E como essa diferença se apresenta na palatinose, maltodextrina e waxy maize?
A primeira diferença marcante que podemos citar é que a maltodextrina é um carboidrato de alto índice glicêmico. Trata-se de um polissacarídeo derivado do amido que é muito utilizado pela indústria de alimentos para modular a consistência dos produtos. Mas, além disso, devido à rápida entrega de energia que proporciona para o organismo, também passou a ser comercializada como um suplemento de carboidratos para uso esportivo. Em treinos de menor duração sua utilização pode até fazer sentido, mas quanto mais longa a duração do exercício, maior o risco de um episódio de hipoglicemia, que pode comprometer a performance de forma aguda, e a saúde metabólica de forma crônica.
Por ser usada como aditivo alimentar, a maltodextrina suscita ainda a atenção dos pesquisadores quanto aos seus efeitos fora do contexto do esporte. Alguns achados apontam para um possível prejuízo à saúde intestinal. Estudos pré-clínicos encontraram uma exacerbação da inflamação no intestino devido ao consumo de maltodextrina, de forma dose-dependente.
Já o waxy maize e a palatinose apresentam, ambos, um baixo índice glicêmico. O primeiro é derivado do amido e o segundo é um dissacarídeo isômero da sacarose, presente na beterraba, no mel e no caldo de cana. Quando comparados com a maltodextrina, esses dois tipos de carboidrato são capazes de proporcionar um menor impacto nos níveis glicêmicos e insulinêmicos, mas parece haver uma superioridade da palatinose no controle desses parâmetros.
Além disso, a palatinose apresenta diferentes aplicabilidades, que passam pelo uso no dia a dia, pela nutrição clínica e chegam ao cenário dos esportes.
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Referências bibliográficas
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