A qualidade do sono depende do alinhamento circadiano: o papel do magnésio
O sono é um comportamento cíclico, estimulado em grande parte pela sinalização da melatonina, um hormônio que precisa da ausência de luz para ser sintetizado. É por isso que dormimos com melhor qualidade à noite. Essa integração entre os estímulos ambientais e as funções do corpo é fundamental para garantir a máxima eficiência das atividades diárias e se dá graças à existência do que chamamos de “relógio biológico”. Trata-se de uma região cerebral, conhecida como Núcleo Supraquiasmático, o “master clock”, responsável por integrar os sinais externos e o funcionamento interno do organismo. E essa única região central só é capaz de fazer esse alinhamento graças à presença de “relógios periféricos” que existem nas células e tem o seu funcionamento ordenado pelo estímulo que vem do master clock.
Os relógios periféricos só conseguem atuar eficientemente, comandando o metabolismo das células ao que está acontecendo fora do corpo, se estiverem atuando de forma alinhada. O magnésio parece ser um importante regulador desses “relógios periféricos”, atuando indiretamente na melhora da qualidade do sono. Mas os benefícios deste mineral para esse processo restaurativo tão fundamental para o corpo vão além.
A qualidade do sono depende da conversa entre os neurônios: sinergia magnésio e inositol
A nível cerebral, a qualidade do sono está relacionada à uma conversa entre os neurônios que seja capaz de reduzir a excitabilidade e proporcionar o relaxamento. Essa conversa é feita por meio de neurotransmissores e o magnésio é capaz de atuar no sentido de favorecer o ambiente necessário à indução e qualidade das fases do sono. Esse mineral é capaz de exercer tal efeito tanto pela inibição da sinalização glutamatérgica, como pela capacidade de melhorar a ligação do GABA ao seu receptor e, até mesmo, atuar como agonista desse neurotransmissor. O glutamato é um neurotransmissor com efeito excitatório e o GABA é o mais importante neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central, e a sensação de relaxamento por ele induzida é fundamental para o sono. Tais efeitos são capazes de aliviar distúrbios já bem conhecidos e documentados, como a insônia, assim como, melhorar a eficiência do sono em indivíduos que querem potencializar o momento de descanso, repouso e recuperação do corpo.
Quando o magnésio é associado ao inositol, obtém-se uma união com potencial de atuar em diferentes “frentes” na melhora do sono. O inositol, abundante no ambiente cerebral, é considerado um marcador importante da saúde de células neurais conhecidas como astrócitos. De acordo com estudos pré-clínicos, disfunções desse tipo celular estão associadas a distúrbios no sono, que podem envolver um maior período de latência (tempo necessário para a lentificação da atividade cerebral, a partir do momento que se fecham os olhos) ou baixa qualidade das diferentes fases do sono. Melhorar a funcionalidade dos astrócitos pode ser então considerada uma estratégia promissora para melhorar a qualidade do sono, além de ser uma maneira de potencializar a restauração neuronal e favorecer a plasticidade sináptica que acontece durante esse período.
—
Artigos relacionados
Como o magnésio inositol pode ajudar na melhora do sono
Aproveite o verão para reorganizar seu relógio biológico
Sabe qual é a melhor forma de lidar com o cansaço? Dormir bem!
Referências bibliográficas
Butawan, M., Benjamin, R., & Bloomer, R. (2017). Methylsulfonylmethane: Applications and Safety of a Novel Dietary Supplement. Nutrients, 9(3), 290. doi:10.3390/nu9030290
Dini, I., & Laneri, S. (2019). Nutricosmetics: A brief overview. Phytotherapy Research. doi:10.1002/ptr.6494
Bukhari, S. N. A., Roswandi, N. L., Waqas, M., Habib, H., Hussain, F., Khan, S., … Hussain, Z. (2018). Hyaluronic acid, a promising skin rejuvenating biomedicine: A review of recent updates and pre-clinical and clinical investigations on cosmetic and nutricosmetic effects. International Journal of Biological Macromolecules. doi:10.1016/j.ijbiomac.2018.09.18
