A importância de cuidar do intestino do seu paciente
O intestino é um órgão central no corpo humano. Mas essa centralidade não é apenas anatômica: cada vez mais a ciência revela a sua importância para a saúde de praticamente todas as regiões do corpo. Através da secreção de substâncias de diferentes naturezas químicas – hormônios, neurotransmissores, citocinas e quimiocinas, por exemplo – o intestino apresenta eixos de comunicação com o cérebro, músculo, fígado, rins e vários outros órgãos, além de ser a região responsável pela absorção dos nutrientes e portadora de uma grande parte de células do sistema imune.
E não para por aí: o trato gastrointestinal é a casa de mais de milhões de bactérias que afetam direta e indiretamente o estado de saúde do hospedeiro. A prevalência de espécies “benéficas” em relação àquelas com perfil mais patogênico e inflamatório é primordial para manter o equilíbrio da saúde intestinal e, consequentemente, do organismo como um todo. Qualquer alteração no trânsito intestinal habitual, que varia no espectro da constipação à diarreia, deve ser cuidadosamente investigada.
Independente da causa, alterações negativas na saúde intestinal podem prejudicar todo o processo absortivo – o que acaba afetando a eficiência de todas as células do organismo, que dependem da energia e dos nutrientes para funcionar – além de causarem diminuição da qualidade de vida. Nesse contexto, fica clara a importância de lançar mão de estratégias que garantam a manutenção da saúde e equilíbrio intestinal, especialmente quando existe algum fator que pode prejudicá-los.
Como o magnésio é capaz de aliviar a constipação
Não é recente a utilização do magnésio no tratamento dos quadros de constipação: essa já é uma prática antiga. A justificativa para esse uso é que, quando no ambiente intestinal, o magnésio é capaz de aumentar a pressão osmótica, elevando assim a quantidade de líquidos no lúmen intestinal. Dessa forma, aumenta o conteúdo de água disponível para a formação de fezes, que ficam mais volumosas e macias. Além disso, o mineral também atua no relaxamento da musculatura intestinal, e com o bolo fecal mais volumoso, o movimento propulsivo de eliminação das fezes fica estimulado.
A união do Magnésio e Inositol: é possível ir além!
A união do magnésio com o inositol mostra-se sinérgica nos benefícios oferecidos para a saúde intestinal. Ambos nutrientes proporcionam maior eficiência na bioenergética das células intestinais, que é fundamental para o funcionamento adequado do órgão. Soma-se à capacidade do magnésio de melhorar quadros de constipação, o possível impacto do inositol na composição da microbiota.
Estudos indicam que o inositol ingerido via alimentos/suplementos pode ser um possível substrato para produção de propionato e acetato por algumas cepas de bactérias presentes na microbiota humana. Essas duas substâncias são classificadas como ácidos graxos de cadeia curta, que atuam na manutenção da integridade da barreira intestinal, na melhora da sensibilidade à insulina, controle da sinalização de saciedade e, consequentemente, do peso, e tem efeitos epigenéticos que propiciam outros benefícios metabólicos.
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Referências bibliográficas
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