Constipação: um sinal de atenção para a saúde intestinal
Diferentes pessoas apresentam diferentes velocidades de trânsito intestinal. Dessa forma, o padrão individual acaba sendo a referência para o trânsito “ideal”, mas a consistência das fezes pode dizer muito se este está ou não adequado. Alterações no trânsito intestinal podem variar no espectro da constipação à diarreia. Existem diferentes possibilidades de causas para essa alteração, e, do ponto de vista nutricional, a constipação costuma estar associada à hidratação inadequada e baixo consumo de fibras.
Além disso, a insuficiência de alguns minerais pode comprometer o funcionamento intestinal, dada a sua importância para processos de motilidade, manutenção de osmolaridade e funcionamento dos enterócitos de forma geral. A função que minerais como o magnésio exercem no intestino, contudo, vai além da manutenção dos processos básicos de funcionamento, e pode ser uma possibilidade de tratar alterações intestinais como a constipação.
O mecanismo do Magnésio Inositol no contexto da constipação
A falta de água no lúmen intestinal, o local por onde o bolo alimentar passa e as fezes são formadas, pode ocasionar o quadro de constipação. A hidratação inadequada é a principal causa para isso, e faz com que não haja água suficiente para formar um bolo fecal íntegro e macio, que consegue ser excretado sem dificuldade.
Quando no ambiente intestinal, o magnésio é capaz de aumentar a pressão osmótica, elevando assim a quantidade de líquidos no lúmen intestinal. Dessa forma, aumenta o conteúdo de água disponível para a formação de fezes, que ficam mais volumosas e macias. Além disso, o mineral também atua no relaxamento da musculatura intestinal, e com o bolo fecal mais volumoso, o movimento propulsivo de eliminação das fezes fica estimulado.
E vale ressaltar que quadros de constipação podem ser ocasionados pelas inadequações já citadas no padrão alimentar, como também pode surgir como uma consequência do uso de terapia com opióides. As evidências atuais mostram a efetividade do uso do magnésio como laxativo em ambas as condições, em adultos e crianças. Já na Síndrome do Intestino Irritável com manifestação de constipação, ainda não existe força de evidência suficiente para colocar o magnésio como parte da primeira linha de tratamento. Nesse cenário, vale testar a tolerabilidade e a resposta individual.
É necessária a cautela com as doses e duração do tratamento, especialmente quando utilizam-se formas de magnésio com maior biodisponibilidade, para evitar quadros de hipermagnesemia que, apesar de raros, podem acontecer. Outro cuidado a ser tomado é com pacientes que tenham qualquer alteração no funcionamento renal. Nesses casos, doses mais baixas devem ser adotadas e o monitoramento da função dos rins deve ser constante.
Como o quarto mineral mais abundante no corpo humano, o magnésio apresenta, ainda, uma série de outras funcionalidades que vão além do seu efeito a nível intestinal. Muitas dessas funções também são otimizadas na presença do inositol, um tipo de carboidrato com relevância para o desenvolvimento e funcionamento de diferentes órgãos.
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Referências bibliográficas
Mori, H., Tack, J., & Suzuki, H. (2021). Magnesium Oxide in Constipation. Nutrients, 13(2), 421. doi:10.3390/nu13020421