Magnésio: um dos minerais mais abundantes no corpo humano
O magnésio é o quarto mineral mais abundante se considerarmos todas as estruturas do corpo humano, porém, se estreitarmos a observação apenas para a composição do fluido sanguíneo, ocupa o segundo lugar no ranking quantitativo. Além da noção básica de que o organismo demanda em maior quantidade, tem importância fundamental para seu pleno funcionamento, pois também sabemos que existem nutrientes que podem potencializar diversas funções fisiológicas, levando a qualidade de vida do paciente para outro patamar. Entre as principais atuações do magnésio no organismo, está o papel como cofator de mais de 300 enzimas que participam de reações bioquímicas vitais para o organismo.
Além da importância para a ocorrência de processos celulares básicos, o magnésio também participa da estrutura de proteínas, ácidos nucleicos (que formam as moléculas do “reservatório” do nosso material genético, o DNA) e mitocôndrias, organela com forte repercussão na funcionalidade e longevidade do corpo. Produção de energia, síntese proteica, transporte de íons, sinalização celular, controle glicêmico e da pressão arterial: todos esses processos dependem, em algum nível, de quantidade suficiente de magnésio. O que essas ações significam a nível de benefícios para a saúde?
Tendo em vista a atuação na produção de energia, sinalização neuronal, controle de parâmetros metabólicos importantes, efeito antioxidante e presença na estrutura de moléculas de importância primordial, níveis ótimos de magnésio refletem na forma de vários benefícios: melhora do humor, desempenho cognitivo, função intestinal, resposta imune e metabolismo muscular são alguns exemplos. Hoje em dia, ao pesquisar em bases de dados científicos informações sobre a suplementação de magnésio, é fácil encontrar estudos importantes apontando para associações entre baixos níveis de magnésio e uma série de condições patológicas crônicas e inflamatórias, como o Alzheimer, asma, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, resistência à insulina, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão, aterosclerose, alterações nas frações lipídicas do sangue, TPM, enxaqueca e osteoporose.
Deficiência de magnésio: um mal comum que deve ser evitado
Reações limitantes de vias bioquímicas básicas para a sobrevivência (como a produção de energia, por exemplo) podem ficar prejudicadas na ausência do magnésio. Dessa forma, começam a se acumular defeitos no funcionamento de diferentes células que podem levar aos sintomas característicos de sua deficiência (que, inicialmente manifesta-se como fraqueza, perda de apetite, fadiga, náuseas e vômitos. Pode evoluir para contrações musculares involuntárias, cãibras, formigamento, alterações psicológicas, espasmos coronários, alterações no ritmo cardíaco e até convulsões). Na persistência desses níveis mais baixos, explica-se a possível associação com diferentes condições patológicas.
Para suprir as necessidades mínimas do organismo, seu consumo deve ser regular e, apesar de estar presente em uma gama considerável de alimentos, sua deficiência subclínica, ou seja, na ausência de sintomas característicos da hipomagnesemia, não é incomum. Como as principais fontes são alimentos in natura de origem vegetal (como vegetais verde escuro, castanhas, sementes e cereais integrais), a baixa ingestão via alimentação pode ser uma das causas da deficiência, visto que, de forma global, produtos ultraprocessados têm dominado a base alimentar de muitos indivíduos.
E nesse cenário, lançar mão da suplementação de magnésio pode ser uma estratégia fundamental para não só prevenir e tratar doenças, mas também levar a saúde do seu paciente a um novo nível.
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Referências bibliográficas
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