O que é o ciclo menstrual?
Ciclo menstrual é o período que, de forma geral, dura entre 26 – 32 dias (com média de 28) e é marcado por fases características de flutuações hormonais nas mulheres. O objetivo dessas flutuações é, básica e biologicamente falando, preparar o organismo feminino para que ele possa gerar uma nova vida, a partir de uma gestação – que irá se desenrolar caso o ovócito liberado no meio desse ciclo seja fecundado por um espermatozóide; se isso não acontece, a menstruação ocorre ao final do ciclo. Mulheres que usam medicação hormonal – como os anticoncepcionais – não passam por essa flutuação de forma natural, e algumas patologias, como a Síndrome dos Ovários Policísticos, podem estar associadas a ciclos anovulatórios (em que a ovulação não acontece), que tem uma duração maior e não são “férteis”.
É muito comum que o ciclo menstrual seja dividido em 3 grandes fases (folicular, ovulatória e lútea), levando em conta o cenário hormonal predominante, que é justamente o que vai alterar todo o funcionamento do corpo feminino ao longo desse ciclo. Mas a primeira e a última fase podem, ainda, ser subdivididas em inicial/intermediária/final, permitindo uma caracterização ainda mais específica de cada momento.
Quais são os hormônios que oscilam e caracterizam cada fase do ciclo menstrual?
Estrogênio, progesterona, Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteinizante (LH): estes são os protagonistas desse fenômeno. O FSH e o LH são hormônios sexuais produzidos pela hipófise anterior e tem como suas funções primárias estimular o desenvolvimento dos folículos existentes nos ovários e estimular a ovulação, respectivamente. Sua atuação na região ovariana também comanda a síntese de estrogênio e progesterona nesse local.
Entendendo a dinâmica das fases do ciclo menstrual
Muitas pessoas pensam que a menstruação é o final do ciclo, mas na verdade ela marca o início de um novo. A fase menstrual é o momento em que os dois principais hormônios sexuais femininos, os estrogênios e progesterona, que encontram-se nos níveis mais baixos, e a queda abrupta deles quando não acontece a fecundação, sendo que não é necessário gerar os estímulos para o suporte à gestação, mas é justamente o que faz com que a menstruação aconteça. À medida que os dias passam, inicia-se a fase folicular, marcada pelo aumento gradual dos níveis de FSH, com objetivo de estimular o desenvolvimento de novos folículos nos ovários. À medida que alguns desses folículos começam a se desenvolver, também passam a liberar mais estradiol – a forma mais ativa do estrogênio. Quando o estradiol atinge um pico, segue-se um pico de LH e acontece a ovulação – essa é a fase ovulatória.
Assim como a grande parte das sinalizações hormonais no organismo, o ciclo menstrual é controlado por mecanismos de feedback. Quando a ovulação acontece, há um estímulo para o aumento da produção tanto de estradiol quanto de progesterona, com os níveis do segundo superando os do primeiro. É este ambiente hormonal que chamamos de fase lútea, a qual, nos seus momentos finais, é marcada pela presença do conjunto de sintomas conhecidos popularmente como “Tensão Pré Menstrual”, a TPM.
Como essas flutuações afetam o organismo feminino?
É importante compreender que durante todas essas diferentes fases, o metabolismo e o ambiente psicológico feminino variam bastante, em grande parte pela flutuação hormonal que também afeta o comportamento e o funcionamento de diferentes órgãos, porque existem receptores para esses hormônios em diferentes regiões do corpo.
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Referências bibliográficas
HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. Rio de janeiro: Elsevier, 2011
Carmichael, M. A., Thomson, R. L., Moran, L. J., & Wycherley, T. P. (2021). The Impact of Menstrual Cycle Phase on Athletes’ Performance: A Narrative Review. International Journal of Environmental Research and Public Health, 18(4), 1667. doi:10.3390/ijerph18041667
