Conheça como o DHA pode contribuir para a saúde da mulher e do bebê

E não deixe mais essa fração lipídica de fora dos seus planejamentos para esse público!

O papel do DHA no desenvolvimento do feto

Os ácidos graxos insaturados de cadeia longa da família ômega 3 – docosahexaenóico (DHA), eicosapentaenóico (EPA), e o precursor alfa linolênico (ALA) – tem ganhado bastante atenção e importância no contexto gestacional devido aos resultados promissores na melhora de desfechos desse fenômeno: tempo adequado de gestação e crescimento satisfatório do feto estão entre eles. Mas os benefícios parecem ir além do período da gravidez em si: especialmente quando pensamos no DHA, a demanda dessa fração é altamente elevada durante a gestação e a lactação devido à sua utilização na formação estrutural do cérebro e da retina do bebê.

É por isso que a importância da ingestão em doses suficientes para o suprimento materno e fetal deste nutriente tem sido cada vez mais destacada por organizações de saúde de todo o mundo, a respeito dos seus efeitos no desenvolvimento neural, cognitivo e visual do bebê. No entanto, o consumo de DHA, cuja principal fonte alimentar são os peixes, especialmente de regiões mais frias, sofreu uma redução considerável no último século devido às mudanças no padrão alimentar.

O que está por trás dos baixos níveis de ingestão do DHA?

O aumento expressivo da ingestão de produtos ultraprocessados e óleos de origem vegetal está entre os motivos da disparidade na taxa de consumo entre ácidos graxos ômega 6 e ômega 3. É válido lembrar que entre as funções dessas moléculas está a composição da membrana das células, especialmente do cérebro e músculos, atuando como precursores de compostos de natureza pró ou anti-inflamatória (ômega 6 e ômega 3, respectivamente). No contexto atual de alimentação global, o ácido alfa-linolênico (de origem vegetal) acaba sendo consumido em quantidades maiores que o EPA e DHA, e apesar de ser um precursor desses dois ácidos graxos, essa conversão é baixa no feto, na placenta e nos bebês recém-nascidos.

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Este último ponto é de extrema preocupação pois baixos níveis de DHA estão associados à menor circunferência da cabeça, baixo peso ao nascer, placentas pequenas e menor maturação cognitiva e visual durante a infância. A necessidade dessa substância é tão grande nos fetos, que acontece um fenômeno conhecido como “biomagnificação”: os níveis desse ácido graxo são enriquecidos no plasma fetal, que chega a apresentar concentrações maiores que o materno.

A importância de suplementar o DHA: saúde materna e fetal

Com baixa taxa de conversão dos precursores e uma demanda altamente elevada, o principal determinante dos níveis de DHA do feto (e do recém-nascido, semanas após o nascimento) é a ingestão materna. As recomendações de guidelines globais determinam um consumo de, pelo menos, 200 mg/dia, e considerando o aporte muitas vezes insuficiente por fontes alimentares, a suplementação desse nutriente torna-se imperativa, ainda mais quando levamos em conta que os benefícios vão além daqueles observados para o bebê: esse ácido graxo é, ainda, de fundamental importância para a manutenção da saúde cerebral da mãe.

É de extrema importância que os prescritores estejam cada vez mais conscientes da essencialidade de nutrientes chave na gestação e conheçam os motivos por trás das demandas aumentadas, visando planejar não só a alimentação, mas também as suplementações que venham a ser necessárias e tenham a segurança atestada nessa fase da vida, assim como é o caso do DHA. Também é papel destes profissionais a conscientização das mulheres e mães acerca dessas necessidades.

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Referências bibliográficas

Gázquez, A., & Larqué, E. (2021). Towards an Optimized Fetal DHA Accretion: Differences on Maternal DHA Supplementation Using Phospholipids vs. Triglycerides during Pregnancy in Different Models. Nutrients, 13(2), 511. https://doi.org/10.3390/nu13020511

Carlson, S. E., Colombo, J., Gajewski, B. J., Gustafson, K. M., Mundy, D., Yeast, J., Georgieff, M. K., Markley, L. A., Kerling, E. H., & Shaddy, D. J. (2013). DHA supplementation and pregnancy outcomes. The American journal of clinical nutrition, 97(4), 808–815. https://doi.org/10.3945/ajcn.112.050021

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