Doses nutricionais de vitamina D – fontes alimentares e suplementação

A recomendação diária de ingestão de vitamina D para manter níveis adequados desse nutriente no organismo de indivíduos saudáveis é de 400 UI para crianças, 600 UI para adultos (esse valor é, possivelmente, o dobro no caso de mulheres gestantes) e 800 UI para idosos acima de 70 anos. O aumento da recomendação leva em conta não só o aumento da demanda, mas também a maior dificuldade de absorção que resulta de processos característicos do envelhecimento. Mas existem algumas considerações que devem ser feitas acerca dessa recomendação:

  • Atualmente não existe um consenso sobre quais seriam esses “níveis saudáveis”. Muitos laboratórios usam como referência que a suficiência existe quando os valores estão > ou = a 30 ng/ml. Contudo, muitos estudos defendem que a faixa adequada seria em torno de 40 – 60 ng/ml, o que também depende da fase da vida do indivíduo;
  • Esses valores de recomendação aplicam-se a indivíduos saudáveis, sem qualquer condição que possa afetar o metabolismo da vitamina D para a sua forma ativa, como patologias hepáticas ou renais (já que é no fígado e rins que acontecem as reações de hidroxilação que ativam a vitamina D3);
  • Em casos de deficiência, que são extremamente comuns, a quantidade a ser ingerida diariamente varia muito a depender do nível atual de 25 hidroxivitamina D circulante no sangue;
  • Alimentos que possuem vitamina D – peixes, carnes, gema de ovo e alimentos fortificados, como o leite – são capazes de prover, aproximadamente, apenas 20% das necessidades diárias desse nutriente;
  • Nesse contexto, a exposição solar é considerada a principal fonte de vitamina D para o organismo. Porém, uma grande parte da população não se expõe no horário e duração adequadas para tal.

Considerando todos os benefícios que têm sido atribuídos à níveis ótimos de vitamina D, que vão muito além da saúde óssea, e tocam em pontos bastante sensíveis como a imunidade, o excesso de peso e patologias bastante severas, como o câncer, a suplementação de vitamina D tem sido cada vez mais comum. É preciso, no entanto, considerar que esse tipo de prática deve sempre ser iniciada e acompanhada por um profissional especializado, para evitar a dosagem excessiva que, assim como a deficiência desse nutriente, também pode apresentar repercussões negativas no organismo (como, por exemplo, uma hipercalcemia que pode causar enrijecimento das artérias).

A respeito da suplementação de vitamina D, um estudo recente apontou que, devido à estabilidade e biodisponibilidade, a forma colecalciferol (vitamina D3) é a única relevante para esse fim. Em relação às dosagens, como já citamos, o valor ideal depende muito dos níveis atuais presentes no sangue – assim como do profissional que está fazendo a prescrição.

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Nutricionistas podem prescrever, no máximo, 4000 UI de vitamina D, na forma oral, por dia. Esse é o valor considerado como Limite Tolerável, sem efeitos adversos. Devido à dificuldade de se obter até mesmo o valor médio de recomendação via fontes alimentares, a suplementação se faz necessária em pacientes com hipovitaminose D, e esse valor passível de ser prescrito por nutricionistas pode ser suficiente para recuperar deficiências que não sejam muito severas – o que, ainda assim, demanda um período que vai depender da resposta individual, assim como dos níveis atuais do paciente.

Referências bibliográficas

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