O processo de envelhecimento requer atenção especial no que se refere à nutrição do seu paciente. Com mais detalhes, o idoso é um paciente que apresenta menor produção de saliva, dentição e músculos faciais mais frágeis, além de possível disfagia. Ademais, o estômago deste paciente dispõe de provável menor acidez estomacal, principalmente por usuários de Inibidores da Bomba de Prótons.
Outros pontos de destaque se referem a maior chance de disbiose intestinal, concomitante à diminuição da produção de enzimas digestivas e da motilidade intestinal, fatores que podem contribuir a ocorrência de doenças gastrointestinais, como a Síndrome do Intestino Irritável, Doença Inflamatória Intestinal, Doença de Crohn, Câncer de cólon, entre outras. Já no que diz respeito especificamente a massa muscular deste paciente, necessitam de maior necessidade proteica, como o aporte de 25-40 g de proteína/refeição, que totaliza ao dia > 1,2 g/kg/dia). Ainda, fica a ressalva ao destaque aos aminoácidos essenciais em associação ao treinamento de força.
Este ponto das proteínas é muito importante, pois esta população apresenta um quadro conhecido como resistência anabólica, no qual precisam de maior aporte proteico associado ao treino resistido para que o estímulo a hipertrofia muscular aconteça, sem contar o inflammaging que acomete este paciente, ou seja, a inflamação crônica que acontece no mesmo e que é aumentada com o avançar da idade. Assim, é importantíssimo aliar ao mesmo, além deste aporte proteico, a ingestão regular de frutas, legumes, verduras e grãos integrais (dieta do mediterrâneo), além da suplementação nutricional de vitaminas e ômega-3.
A Obesidade e neuroinflamação são outras condições que acometem esta população com frequência. Logo, uma dieta anti-inflamatória e antioxidante contribui potencialmente para as melhorias no metabolismo da glicose e lipídios que estão frequentemente associados à obesidade na menopausa. Estratégias como jejum intermitente e o uso da curcumina, hibisco, blend de cogumelos, matchá, gengibre, canela, alcachofra, chlorella, alecrim, guaraná cipó, Ômega 3 (EPA), coenzima q10, quercetina e resveratrol, auxiliam na melhoria do quadro. Já sobre neuroinflamação, o envelhecimento e a menopausa podem contribuir para a disfunção mitocondrial. Isso acontece pois ocorre a diminuição da capacidade antioxidante, sendo que essa situação pró-inflamatória exacerbada, está relacionada com o surgimento de doenças neurodegenerativas.
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Referências bibliográficas
Furman, D., Campisi, J., Verdin, E. et al. Chronic inflammation in the etiology of disease across the life span. Nat Med 25, 1822–1832 (2019). https://doi.org/10.1038/s41591-019-0675-0