Se o objetivo do paciente for o aumento de massa muscular, ou ao menos preservar, o balanço nitrogenado deve ser positivo. De modo breve, a retenção do nitrogênio advindo do consumo proteico deve ser maior do que sua excreção, que ocorre em ambiente catabólico por exemplo. Para isso, tais benefícios podem ser potencializados ainda mais quando há a junção da nutrição ao treinamento resistido com pesos.
Para tal, sabe-se que a alimentação ao longo do dia é essencial, em especial, momentos como o pós treino e o sono devem ter um cuidado especial. No que se refere ao pós treino, a SPM pode ser otimizada por meio da nutrição, de maneira a que haja um balanço proteico positivo, ou seja, que as taxas de SPM sejam superiores às taxas de degradação proteica muscular. Uma proteína muito útil para tal é sem sombra de dúvidas, o colágeno.
Para isso, a parte das proteínas, o consumo dos carboidratos é uma estratégia importante, pois esse nutriente promove um aumento na secreção da insulina, e assim, uma estimulação destacada de vias anabólicas como a SPM, porém, estudos indicam que as proteínas também podem resultar nesta estimulação da secreção da insulina. Assim, sua aplicabilidade mais particular para a SPM se dá a partir do momento que os mesmos podem ser estocados no músculo esquelético como glicogênio muscular, sendo que tal substrato pode reduzir a utilização dos aminoácidos como substrato energético, de modo que seja atenuado o catabolismo proteico muscular.
Sobre o colágeno, tal nutriente é hidrolisado e torna-se mais aproveitável quando disposto como aminoácido, no qual desempenha papéis metabólicos ligados a secreção da insulina, do glucagon, do hormônio do crescimento (GH) e do IGF-1. A partir dessas consequências, pode ser constatado o aumento da atividade da via mTOR, que quando nós trazemos esses conceitos para a prática clínica, pode ser observado com o consumo de 0,25 – 0,4 g/kg de proteína por refeição, ou algo em torno de 1,4 – 2,2 g/kg/dia. Com tal estímulo associado ao treino, aumenta-se a chance de que ocorra a hipertrofia muscular, ou seja, o aumento do tamanho da célula muscular como uma adaptação ao treino e a nutrição, de modo que o colágeno pode contribuir para que este balanço nitrogenado esteja positivo.
Porém, alguns períodos do dia podem requisitar um aporte proteico um pouco superior, como o período noturno. Sobre o mesmo, no qual consiste normalmente de um período de jejum de cerca de 6-8 horas por conta do sono, quando estudamos o indivíduo que almeja a otimização da SPM e consequente hipertrofia muscular, pode-se observar um momento de possível catabolismo muscular decorrente do jejum noturno, contudo, a literatura científica aponta que o consumo de 0,5 – 0,6 g/kg de proteína antes do sono, pode acarretar na atenuação desse quadro devido ao balanço proteico positivo resultante.
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Referências bibliográficas
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