Utilização do ômega 3 no combate a depressão em crianças

Principalmente após a pandemia do Covid-19, uma das doenças que tende a afetar a população é a depressão. Por sinal, este quadro afeta quase metade das pessoas que tiveram Covid-19, sendo assim estratégias nutricionais que auxiliam no combate do quadro são fundamentais.

Uma dessas estratégias aparenta ser a suplementação do ômega 3. Os ácidos graxos de ômega 3 mais conhecidos e utilizados na suplementação, são o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosahexaenoico (DHA). Seu efeito como uso terapêutico na melhora do quadro de depressão está relacionado ao seu mecanismo de nível celular e suporte aos neurotransmissores envolvidos no quadro. Além disso, num primeiro momento, DHA e EPA reduzem a produção de citocinas pró-inflamatórias relacionadas à depressão (TNF-alfa, IL-1-beta, IL-2 e IL-6). Num segundo momento, reduzem a inflamação via seu precursor, o ácido araquidônico.

Agora, quando olhamos o que há na literatura, evidências científicas indicam que a suplementação terapêutica de ômega 3 é efetiva na melhora do quadro de depressão e na redução de seus sintomas. Entretanto, EPA e DHA possuem papéis diferentes no quadro depressivo devido à sua ação anti-inflamatória e manutenção da integridade e fluidez da membrana, respectivamente.

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O tratamento é interessante em doses acima de 1g por dia. No entanto, nosso cérebro não possui uma alta concentração de EPA. Assim, este ácido graxo rapidamente se adentra nas células nervosas cerebrais  como um ácido graxo livre. Portanto, não fica estocado na membrana fosfolipídica por ser rapidamente metabolizado e beta-oxidado. Além do seu papel anti-inflamatório, outros mecanismos podem explicar as vantagens da suplementação de EPA. Sua suplementação tem sido associada ao aumento de N-acetil-aspartato no cérebro, um marcador de homeostase neuronal, sugerindo seu papel como agente neuroprotetor. Outro ponto a ser destacado, é a inibição da cascata de inflamação neuronal, muito recorrente na fisiopatologia da depressão.

Ainda, a suplementação do ômega 3 auxilia no turnover fosfolipídico, processo que ajuda a reverter a atrofia cerebral. Portanto, o tratamento principalmente com EPA em maiores concentrações, pode normalizar o comportamento depressivo, inibindo a hiperativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Por fim, o EPA relaciona-se o com a habilidade do cérebro em aumentar a liberação de neurotransmissores como dopamina e serotonina.

Portanto, vale a pena suplementar o ômega 3 para a depressão, tendo em vista os mecanismos envolvidos, seu excelente custo-benefício e a aplicabilidade para diversas condições associadas à inflamação.

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Referências bibliográficas

Liao, Y., Xie, B., Zhang, H. et al. Efficacy of ômega 3 PUFAs in depression: A meta-analysis. Transl Psychiatry 9, 190 (2019). https://doi.org/10.1038/s41398-019-0515-5

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