A vitamina D é muito conhecida devido a sua síntese provocada pela exposição da pele à luz solar. Contudo, é uma vitamina que frequentemente apresenta-se em déficit no ser humano que, na maioria dos casos, possui um estilo de vida “ocidentalizado”, com pouca exposição à luz solar e com as crianças atualmente, não é diferente.
Níveis adequados de vitamina D na infância são importantes para que o desenvolvimento ósseo, dentário, imunológico, entre outros, ocorram da melhor forma possível. No que diz respeito a tais níveis no sangue para a prevenção da hipovitaminose D em crianças, a determinação do status de vitamina D é melhor avaliada por medição de 25-OH-D no soro.
Com mais detalhes para você entender, níveis de 25-OH-D variam de deficiência grave, definido como ≤12,5 nmol/L (5 ng/L), até intoxicação, definido como >375 nmol/L (150 ng/L). Já a deficiência, é considerada a partir da concentração de 25-OH-D <50 nmol/L (20 ng/L). Quando se refere a manutenção da saúde óssea e prevenção de doenças metabólicas em geral, níveis mais próximos de 75-100 nmol/L (30-40 ng/L) são necessários.
Não obstante, deve-se prestar atenção à apresentação clínica de osteomalácia e raquitismo se for o caso, e quando é constatado o atraso do crescimento e do desenvolvimento motor, irritabilidade, sudorese e/ou ainda o atraso da erupção dentária. Ademais, laboratorialmente, além da hipovitaminose por si, outras condições podem acarretar ao agravamento do quadro, como a hipocalcemia, hipofosfatemia, elevação da fosfatase alcalina e elevação de paratormônio (PTH).
A Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Americana de Pediatria, assim como as Recomendações de Consenso Global sobre Prevenção e Manejo de Raquitismo Nutricional, recomendam a suplementação após o nascimento até 12 meses de idade, com dose de vitamina D de 400 UI para lactentes, para prematuros, tem-se o pré-requisitos de peso >1.5kg e tolerância à ingestão oral. Já dos 12-24 meses, recomenda-se a suplementação com 600 UI por dia.
Por fim, já pelas Recomendações de Consenso Global sobre Prevenção e Manejo de Raquitismo Nutricional, para menores de 1 ano, recomenda-se a dose de 2000 UI/dia por 12 semanas, com manutenção de pelo menos 400 UI/dia. Além disso, entre 1 e 18 anos de idade, necessita-se de uma dose mais alta para tratamento inicial, de 3 a 6 mil UI/dia por 12 semanas, com manutenção de pelo menos 600 UI/dia.
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Referências bibliográficas
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