Por que aumentar a massa muscular é benéfico à saúde?

Os músculos dominam o imaginário das pessoas como estruturas associadas à saúde. Muito disso tem uma raiz estética, da exposição a corpos “saudáveis” que costumam ter um nível elevado de massa muscular. O que precisamos entender é que a relação dos músculos com a saúde vai muito além de estética.

Mecanicamente falando, os músculos convertem a energia química advinda dos alimentos em energia mecânica e, devido à sua estrutura única de fibras, é capaz de gerar força e potência. A postura e qualquer tipo de movimento dependem da musculatura para acontecer, e adequados níveis de massa muscular são necessários para garantir independência funcional, especialmente em idades mais avançadas.

Já de um ponto de vista metabólico, de onde vem os maiores impactos à saúde, o músculo apresenta diversas funções:

Artigos relacionados

  • Para realizar todos os processos necessários à sua manutenção e funcionamento, os músculos gastam energia, mesmo em repouso. Quanto mais músculos um indivíduo possui, maior é a sua taxa metabólica basal, o principal componente do gasto energético total. Esse é um ponto relevante especialmente para processos de emagrecimento, pois um aumento de massa muscular pode facilitar o alcance dos objetivos.
  • Uma molécula de proteína é formada por várias pequenas partes, chamadas de aminoácidos, fazendo com que os músculos – onde está a maior parte da proteína do corpo – sejam o principal estoque dessas pequenas moléculas. Vários órgãos, como o coração e pulmões, e situações orgânicas de estresse, como a inflamação para combater um invasor, a cicatrização e a resposta de defesa do corpo em geral, precisam de proteínas (além da função estrutural, também podem atuar como enzimas necessárias para reações metabólicas importantes). Nesses casos, o músculo acaba quebrando suas proteínas para suprir a necessidade dos aminoácidos para produção dessas outras moléculas proteicas, e assim auxilia a manter funções vitais para a sobrevivência.
  • Outro estoque que acontece nos músculos é o de glicose na forma de glicogênio. Essa molécula é a principal fonte de energia utilizada pela musculatura durante a prática de exercícios físicos e é necessária para uma boa performance física.
  • Alguns aminoácidos liberados do músculo podem ser transformados em glicose, e, em casos de jejum prolongado, auxiliam a manter os níveis de glicose no sangue, evitando os sintomas da hipoglicemia.
  • Por ser altamente sensível à insulina, o músculo auxilia a manter o controle glicêmico e o aumento da massa muscular é uma importante estratégia para lidar com a resistência à insulina, o que pode ser importante em casos de excesso de peso.
  • Gerar resistência mecânica está entre um dos processos necessários para aumentar a força e massa óssea. Além do próprio peso corporal exercer esse tipo de pressão, – as maiores cargas geradas sobre os ossos advêm da contração da musculatura. Fortalecer os ossos é primordial para garantir maior autonomia ao longo de toda a vida, com relevância especial para o envelhecimento saudável.

Outra potencialidade atribuída à massa de músculos, mais especificamente à sua contração (que é o que fazemos na musculatura quando estamos realizando um exercício) é a de melhora da cognição. Um dos possíveis mecanismos, que ainda precisa ser melhor elucidado, é a liberação de compostos chamados neurotróficos, como o BDNF, quando acontece a contração muscular. Esses compostos atuam no cérebro, mais especificamente nas sinapses cerebrais, melhorando a sua comunicação. Esse tipo de agilidade na transmissão de sinais entre as sinapses se reflete em melhora da cognição: concentração, aprendizagem e memória.

Considerando todos os efeitos fisiológicos e metabólicos associados ao tecido muscular, fica claro perceber o potencial benéfico que o aumento de massa muscular representa para a saúde. E isso vale para todas as idades.

Saiba mais sobre composição corporal e hipertrofia muscular com esse e-book gratuito:

Baixar E-book

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Frontera, W. R., & Ochala, J. (2014). Skeletal Muscle: A Brief Review of Structure and Function. Calcified Tissue International, 96(3), 183–195. doi:10.1007/s00223-014-9915-y

Wolfe, R. R. (2006). The underappreciated role of muscle in health and disease. The American Journal of Clinical Nutrition, 84(3), 475–482. doi:10.1093/ajcn/84.3.475

Sui, S. X., Williams, L. J., Holloway-Kew, K. L., Hyde, N. K., & Pasco, J. A. (2020). Skeletal Muscle Health and Cognitive Function: A Narrative Review. International Journal of Molecular Sciences, 22(1), 255. doi:10.3390/ijms22010255

Artigos Relacionados

Sobre Nós

Reconhecemos a importância da atuação do profissional na busca pelo paciente do seu encontro com o equilíbrio. Acreditamos também na evolução por meio do conhecimento. Por isso, criamos esse canal para atualização constante do prescritor, a fim de sempre orientar com o que há de mais atual o seu paciente.