Começa ano, termina ano e sempre que o ciclo se renova, os objetivos estéticos geralmente se relacionam a melhora da composição corporal, como emagrecer, ganhar massa muscular, reduzir as celulites…E nesse cenário, o cuidado com a pele e cabelos pode acabar passando desapercebido. Mas tem cuidado melhor do que aquele que ajuda a aumentar a autoestima? Cuidar dessas partes do corpo é fundamental para garantir um aspecto mais saudável e fazer com que a gente goste cada vez mais do que vê no espelho.
Nossa pele e cabelos geralmente não são a prioridade do nosso organismo. Energia e nutrientes são prioritariamente utilizados para manter funções necessárias à sobrevivência, como os batimentos cardíacos, circulação sanguínea, entrega de nutrientes… Depois disso, tem preferência os processos que auxiliam a manter o funcionamento metabólico adequado, mas que conseguiríamos viver sem. E apenas depois disso tudo, os nutrientes são desviados para garantir crescimento de cabelo, fortificação dos fios e elasticidade da pele. É por isso que pessoas em déficit energético e nutricional costumam apresentar ressecamento cutâneo, queda excessiva de fios, perda de força e brilho no cabelo.
A deficiência de vários micronutrientes como das vitaminas A/C/E, do complexo B, e de minerais como zinco, magnésio e ferro costumam ter como sinais alterações na pele ou no cabelo. A deficiência de biotina, por exemplo, pode causar alopecia, dermatites, além de alterações no formato das unhas. Quando falta vitamina C, a produção de colágeno fica prejudicada, alterando o aspecto da pele. Baixos níveis de ferro, zinco e magnésio também podem gerar queda de cabelo, enfraquecimento dos fios e manifestações na pele. Os sinais relacionados a essas deficiências demonstram a importância desses nutrientes para manutenção e melhora de parâmetros da pele e cabelos.
A biotina é um dos mais famosos nutrientes quando se trata de saúde capilar e cutânea. Isso se deve aos seus papéis na sinalização celular, regulação da expressão de genes e na síntese de proteínas, especialmente a queratina. Estudos que utilizaram suplementação de biotina para avaliar efeitos na melhora da queda de cabelo, encontraram resultados positivos entre aqueles indivíduos que possuíam baixos níveis dessa vitamina, o que sugere que a correção da deficiência seja o ponto fundamental para a observação dos efeitos da suplementação.
Outras vitaminas do complexo B são fundamentais para processos de divisão celular que renovam os tecidos e estruturas corporais. A vitamina C, assim como dito anteriormente, é necessária para a síntese de colágeno, mas também melhora a absorção de ferro, que, quando em baixos níveis causa anemia, condição que tem como uma das manifestações clínicas a queda de cabelo.
Uma alimentação adequada em energia e variada em nutrientes tende a ser suficiente para oferecer os níveis nutricionais necessários que mantenham o funcionamento do organismo e a qualidade da pele e cabelos. Porém, principalmente em casos de problemas de absorção ou necessidades aumentadas, o uso de suplementações específicas pode ser um auxílio na oferta desses nutrientes com papel fundamental na saúde capilar e cutânea.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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