Imunometabolismo – entenda a relação da alimentação com a sua imunidade!

Quando nos alimentamos, estamos dando combustível para que o nosso corpo possa funcionar. Uma alimentação saudável, muito além de energia, também fornece vitaminas, minerais e outros compostos bioativos que potencializam as funções dos diferentes sistemas do organismo. Escolhas alimentares menos saudáveis também ofertam energia, mas de uma maneira muito pobre nutricionalmente falando, o que pode acabar comprometendo o uso adequado desse combustível. Além disso, alimentos menos densos nutricionalmente costumam ser bastante energéticos, o que demanda do metabolismo que ative diferentes maneiras de usar – e estocar – o excesso.

O manejo da energia ingerida é fundamental para toda e qualquer função biológica e quem dá conta disso é o nosso metabolismo, um componente essencial do organismo. Uma dessas funções, que requerem a entrega adequada de combustível, é a proteção do corpo contra insultos ambientais, realizada pelo sistema imune. As células desse sistema costumam requerer uma boa quantidade energética quando estão ativadas, mas qualquer excesso ou deficiência pode ser bastante deletério para seu funcionamento adequado. Essa conexão entre imunidade e metabolismo deu origem a um campo de estudo chamado imunometabolismo, que procura compreender a influência de estados metabólicos sobre a função imune, no mesmo passo que desvenda como a atuação imunológica modela funções metabólicas.

Um excesso de consumo de energia, comum no padrão alimentar ocidental, rico em produtos industrializados e preparações muito calóricas, gera um estresse metabólico que leva a um estado inflamatório, comprometendo a função imune e aumentando a vulnerabilidade a doenças. No extremo contrário, uma alimentação muito baixa em calorias e deficiente em vitaminas e minerais também impede que a atuação imunológica aconteça eficientemente, já que falta combustível e nutrientes essenciais para o funcionamento das células. 

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A produção de citocinas e hormônios, duas classes de moléculas que modulam a função das células, é alterada em estados de nutrição inadequada. Por exemplo, quando há excesso calórico e aumento de tecido adiposo, aumenta a secreção de uma citocina produzida por células do sistema imune chamada fator de necrose tumoral, ou TNF-α. Essa molécula tem característica pró-inflamatória, e é secretada quando nosso corpo precisa eliminar um patógeno. Nessas condições, a secreção é controlada e regulada quando a ameaça é neutralizada. No caso da secreção pelas células imunes residentes no tecido adiposo, ganha um caráter crônico e colabora para o estado de inflamação crônica de baixo grau, que pode gerar, entre várias outras condições, uma resistência à insulina, estágio inicial da Diabetes Mellitus tipo 2.

Como a produção de citocinas fica alterada em estados metabólicos inadequados, quase todas as células do sistema imune tem sua atividade prejudicada. Dessa forma, se o corpo for exposto à algum microrganismo ou substância nociva, a linha de defesa não conseguirá impedir a infecção. E sem funcionar direito, o sistema imune não conseguirá acabar com a ameaça. Como a alimentação é um dos principais fatores que influencia o estado metabólico do indivíduo, se atentar para o consumo adequado de energia, priorizando fontes integrais e ricas em nutrientes, é uma das maneiras de garantir que o alimento seja seu remédio.

 

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Hotamisligil, G. S. (2017). Foundations of Immunometabolism and Implications for Metabolic Health and Disease. Immunity, 47(3), 406–420. doi:10.1016/j.immuni.2017.08.009

Alwarawrah, Y., Kiernan, K., & MacIver, N. J. (2018). Changes in Nutritional Status Impact Immune Cell Metabolism and Function. Frontiers in Immunology, 9. doi:10.3389/fimmu.2018.01055

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