Uso de glicina na prevenção de doenças neurodegenerativas

A glicina é um aminoácido não essencial, ou seja, nosso corpo é capaz de sintetizá-lo para suprir as demandas de sua utilização. Porém, isso não significa que a sua suplementação seja completamente desnecessária. Existe desde há um bom tempo, um movimento dentro da ciência de descobertas de potenciais da glicina como um aliado na prevenção e tratamento de diferentes condições.

Além de ser precursora de uma série de moléculas com importância vital para o bom funcionamento do organismo, como a creatina, os sais biliares, e o colágeno, por exemplo, a oferta suplementar de glicina possivelmente inibe a glicação de proteínas, um processo mais suscetível a ocorrer em indivíduos com diabetes ou algum grau de resistência à insulina, que pode comprometer a função proteica. É importante lembrar que diversos compostos com funções vitais no organismo são de natureza proteica, como hormônios, citocinas, enzimas e outros. É possível ainda citar outras possíveis atuações: aumento da produção de compostos com capacidade antioxidante, melhora da função endotelial, adjuvante no controle da síndrome metabólica, prevenção da complicação de diabetes, redução da inflamação, proteção do fígado e promoção de um sono de qualidade.

Há 40 anos, dois cientistas levantaram a possibilidade da glicina atuar como neurotransmissor inibitório, guardando várias similaridades com a atuação do GABA. Dessa forma, é possível atribuir um efeito calmante a esse composto a uma importante contraposição à atividade excitatória excessiva comum a várias doenças neurodegenerativas. Algumas pesquisas também apontam para a possibilidade de que uma deficiência na atuação da glicina durante o desenvolvimento cerebral possa estar relacionada ao desenvolvimento de transtornos da saúde mental, como desordens do espectro autista. Efeitos neuroprotetores desse aminoácido também estão emergindo, trazendo promissoras utilizações da glicina na prevenção de condições em que ocorre a degeneração de estruturas cerebrais.

Artigos relacionados

Apesar de ainda ser necessária a realização de mais estudos para entender e se estabelecer com firmeza diretrizes de dose-resposta e melhores momento e forma de utilização da glicina para o fim de neuroproteção, diversos outros benefícios já justificam uma maior atenção para a possibilidade de sua suplementação.

Saiba mais sobre as recomendações de proteína com esse e-book gratuito:

Baixar E-book

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bowery, N. G., & Smart, T. G. (2009). GABA and glycine as neurotransmitters: a brief history. British Journal of Pharmacology, 147(S1), S109–S119. doi:10.1038/sj.bjp.0706443 

Ito, S. (2016). GABA and glycine in the developing brain. The Journal of Physiological Sciences, 66(5), 375–379. doi:10.1007/s12576-016-0442-7 

Chen, J., Zhuang, Y., Zhang, Z.-F., Wang, S., Jin, P., He, C., … Wan, Q. (2016). Glycine confers neuroprotection through microRNA-301a/PTEN signaling. Molecular Brain, 9(1). doi:10.1186/s13041-016-0241-3 

McCarty, M. F., O’Keefe, J. H., DiNicolantonio, J. J. (2018) Dietary Glicine is Rate-Limiting for Glutathione Synthesis and May Have Broad Potential for Health Protection. Ochsner J. Spring; 18(1): 81–87.

Artigos Relacionados

Sobre Nós

Reconhecemos a importância da atuação do profissional na busca pelo paciente do seu encontro com o equilíbrio. Acreditamos também na evolução por meio do conhecimento. Por isso, criamos esse canal para atualização constante do prescritor, a fim de sempre orientar com o que há de mais atual o seu paciente.