Quando falamos da composição da levedura nutricional, olhando apenas o rótulo dos produtos, acabamos destacando apenas o grande conteúdo de proteínas, vitaminas do complexo B e fibras. Entretanto, em um olhar mais químico, podemos observar que as leveduras nutricionais possuem poder antioxidante. Mas afinal, por que é importante consumir um alimento com potencial antioxidante e quais compostos estão presentes na levedura?
O combate contra o estresse oxidativo
Durante o nosso dia a dia, várias moléculas que são conhecidas como espécies reativas de oxigênio (EROs) são formadas, principalmente pela via de produção de energia, mais especificamente nas mitocôndrias. Apesar dessas moléculas apresentarem algumas funções fisiológicas quando produzidas em pequena quantidade, como a sinalização para diferenciação celular imunológica, quando há uma desregulação entre a produção e eliminação dessas espécies. Nesse sentido, há um aumento da lesão celular, levando ao estresse oxidativo, estando relacionado ao envelhecimento e o aumento do risco de câncer.
Para entendermos melhor, as EROs são moléculas que apresentam instabilidade por possuírem um ou mais elétrons livres em sua última camada e por isso são consideradas reativas. Como resultado, as EROs buscam se estabilizar, capturando outro elétron de moléculas ao seu redor, danificando assim proteínas, lipídios e o próprio DNA celular. Portanto, o nosso corpo precisa combater esse estresse oxidativo através da neutralização dessas espécies e, para isso existe a defesa antioxidante.
A presença de glutationa na levedura nutricional
Existem diversos compostos fisiológicos que podem atuar como antioxidantes em nosso organismo. Nesse sentido, ao falarmos sobre as leveduras, essas são ricas em glutationa, uma molécula formada por três aminoácidos: cisteína, glicina e ácido glutâmico, que desempenham uma ação não-enzimática a fim de neutralizar radicais livres. Dentro de nossas células, esse composto é encontrado predominantemente em sua forma reduzida, apresentando função antioxidante em conjunto com a enzima glutationa peroxidase que catalisa a redução de radicais livres, levando a oxidação da glutationa. De maneira mais simples, a glutationa é capaz de “doar” seus elétrons aos radicais livres, neutralizando-os, colaborando assim para o equilíbrio redox.
A falta de glutationa e doenças neurológicas
Ao falarmos sobre o desequilíbrio redox, o cérebro é um dos principais órgãos que podem ser prejudicados pelo acúmulo de EROs. Nesse sentido, vimos que a glutationa desempenha um papel fundamental, entretanto, os estudos relatam que o déficit desse composto pode preceder diversas doenças como a doença de Alzheimer, Parkinson, transtornos bipolares, entre diversas outras, enquanto sua depleção pode ser a causa principal, um resultado do comprometimento celular devido a ineficiência mitocondrial.
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Para um estudo mais aprofundado sobre o tema, seguem algumas sugestões de leitura:
Artigos:
Glutathione redox imbalance in brain disorders
Oxidative Stress Responses of the Yeast Saccharomyces cerevisiae