Provavelmente você já conhece ou ouviu falar sobre os efeitos da suplementação da creatina no músculo esquelético. Mais precisamente, sobre o que os seus efeitos podem proporcionar ao praticante de exercício físico, como o aumento do volume de treino e consequentemente, melhora do desempenho esportivo e de força e hipertrofia muscular. Porém, hoje aqui no Blog da Equaliv, vamos contar a respeito de um campo que vem ganhando um corpo de evidências científicas mais recentemente: os efeitos da creatina no sistema nervoso central.
Mecanismo de ação
Uma das principais dúvidas que se tinha a respeito dos efeitos da creatina no Sistema Nervoso Central (SNC), que era se a mesma poderia ou não passar através da barreira hematoencefálica e chegar às células do SNC, já está mais claro: sim, a creatina consegue cruzar a barreira e chegar às células do SNC. Ademais, sabe-se que essas células também podem sintetizar creatina endogenamente, pois apresentam uma das principais enzimas responsáveis pelos processos.
Desse modo, a concentração de creatina cerebral pode ser elevada e adentrar a célula via transportador de creatina, quando advinda da alimentação / suplementação ou da síntese hepática. Ou ainda, o SNC dispõe de sua própria via de síntese e manutenção de Cr, sendo assim posteriormente fosforilada em fosfocreatina. Logo, pode atuar principalmente como um tamponante energético na ressíntese do ATP. Também, pode ter efeitos secundários como a maior hidratação e estabilização da membrana celular, e atividade antioxidante e neuroprotetora, devido a sua função bioenergética.
Quais os benefícios?
Como este é um campo de pesquisa mais recente, ainda existem dúvidas na literatura científica acerca de quais domínios cognitivos são mais suscetíveis e de qual o protocolo de suplementação ideal de creatina para este caso. Porém, sabe-se que a mesma pode ser suplementada, e no que tange às Doenças Neurodegenerativas, há evidências relacionando-a ao retardo da progressão da atrofia cerebral em pacientes com doença de Huntington.
Sobre a função cognitiva, mecanisticamente a suplementação da creatina pode ser uma potencial medida profilática na atenuação do declínio da função cognitiva que acomete o paciente idoso com DN. Porém, mais pesquisas são necessárias para elucidar se também é eficaz ao paciente já acometido por uma DN, e acerca de quais doenças neurodegenerativas, domínios cognitivos e estratégias de suplementação seriam mais benéficos.
Fique por dentro do tema pois este é um campo de estudo que com certeza, ainda vai dar muito o que falar, e nós da Equaliv, vamos procurar sempre trazer para você o que for saindo de novo na área.
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Muito obrigado e até o próximo post!
Referências bibliográficas: DOLAN, Eimear et al. Beyond muscle: the effects of creatine supplementation on brain creatine, cognitive processing, and traumatic brain injury. European Journal Of Sport Science, [S.L.], v. 19, n. 1, p. 1-14, 7 ago. 2018.