Quando pensamos no metabolismo do corpo humano, estamos incluindo diversas vias, como a síntese e degradação de diversas moléculas. Esses processos ocorrem a todo o momento até o final de nossas vidas. Contudo, para o bom funcionamento do metabolismo, há uma relação entre as mitocôndrias e a saúde metabólica, a produção de energia é indispensável, logo podemos caracterizar as mitocôndrias como a peça chave.
Assim, quando há uma disfunção nessa organela, existe o aparecimento de distúrbios metabólicos e, consequentemente, a tão famosa síndrome metabólica. Essa síndrome não é uma doença por si, mas sim um conjunto de condições patológicas que aumenta o risco de diversas doenças, principalmente as cardiovasculares e a Diabetes Tipo 2.
Contribuição mitocondrial para o metabolismo
Como dito anteriormente, as mitocôndrias são responsáveis pela produção de energia, por meio da formação de moléculas de ATP, via fosforilação oxidativa. Secundariamente a essa via metabólica, ocorre a geração de espécies reativas de oxigênio (EROs). Em baixos níveis, essas moléculas desencadeiam respostas fisiológicas saudáveis, ativando vias de resistência ao estresse, proliferação e diferenciação celular. Por outro lado, o acúmulo de EROs pode levar ao estresse oxidativo, entretanto há recursos de proteção celular, como as enzimas antioxidantes, responsáveis pela neutralização desses radicais livres. Portanto, através dessas principais vias, a mitocôndria é responsável pela regulação do organismo, contribuindo para o funcionamento do metabolismo.
Disfunção mitocondrial
O surgimento da disfunção mitocondrial vem como resultado de um mau estilo de vida, caracterizado pelo estresse crônico, diminuição da atividade física, fumo, redução de horas de sono, consumo de ácidos graxos saturados e trans, entre outros. Como consequência, há um desequilíbrio principalmente no sistema de formação de EROs, levando a superprodução, logo a um estresse oxidativo. Nesse cenário, diversas vias são prejudicadas, principalmente devido ao dano celular provocado pelo acúmulo de EROs. Assim, esse estresse leva à redução da produção de ATP e diminuição do metabolismo geral da célula.
Surgimento da síndrome metabólica
A diminuição do metabolismo geral da célula está fortemente ligada ao aparecimento das características da síndrome metabólica. Nesse contexto, podemos citar o surgimento da hiperglicemia, resultado da resistência à insulina gerada pelo aumento do estresse oxidativo. Além disso, o excesso de EROs interfere diretamente na oxidação lipídica, resultando no acúmulo no sistema circulatório, levando à hipertrigliceridemia, que por sua vez promove aumento da adiposidade visceral. Nessas condições, o acúmulo da gordura proporcionará o surgimento de uma inflamação crônica de baixo grau, colaborando para a síndrome metabólica.
Por fim, podemos notar que o bom funcionamento das mitocôndrias é essencial para a manutenção do metabolismo como um todo. Por outro lado, sua disfunção está relacionada com comprometimento do metabolismo, ou seja, com o surgimento da síndrome metabólica.
Para um estudo mais aprofundado sobre as mitocôndrias e a saúde metabólica, segue algumas sugestões de leitura:
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