Sim, exercício físico faz bem para a saúde, mas será que quando praticado intensamente e por dias consecutivos, pode trazer algum problema ou prejudica o sistema imunológico causando imunossupressão em atletas?
Pensando por esse ponto, atletas que participam de programas de treinamento pesado, particularmente eventos de resistência, parecem ser mais suscetíveis à infecção do que a população em geral. Nesse contexto, as evidências convincentes sugerem que este aumento da suscetibilidade à infecção surge devido a uma depressão da função do sistema imunológico (imunossupressão), podendo resultar principalmente em uma infecção das vias aéreas superiores, comumente encontradas em atletas.
Como o exercício influencia negativamente a imunidade?
Quando falamos de atletas, o sistema imune pode estar vulnerável, pois exercício em si é considerado estressor, assim há liberação de substâncias anti-inflamatórias, como é o caso do hormônio do estresse (cortisol) e citocinas (IL-6 e IL-10). Além disso, o aumento da produção de radicais livres durante o exercício é outro inibidor potencial de várias funções das células imunológicas. Assim, nota-se uma redução crônica de várias células circulantes do sistema imune em atletas. Contudo, quando adotamos práticas nutricionais adequadas, principalmente em relação aos carboidratos, podemos contribuir para a melhora da imunidade.
A influência dos carboidratos na imunossupressão em atletas
É indiscutível que os carboidratos desempenham um papel importante para a manutenção de programas pesados de treinamento, influenciando na performance do atleta. Assim, o seu consumo até mesmo durante o exercício, pode ser necessário para suprir a demanda energética. Entretanto, além de suprir a demanda muscular, a glicose também é um combustível importante para as células do sistema imunológico, visto que apresentam taxas metabólicas extremamente altas.
Além disso, a resposta fisiológica frente ao exercício com liberação do hormônio do estresse, é influenciada pelos baixos estoques de glicogênio. Então, a prática de exercícios prolongados após vários dias em dietas com baixo carboidrato, promove maior secreção de cortisol e de citocinas inflamatórias, promovendo o efeito imunossupressor.
Consumo de carboidratos durante o exercício e a imunossupressão
O consumo de carboidratos durante o exercício prolongado, tem o potencial de atenuar os aumentos de epinefrina, cortisol e citocinas anti-inflamatórias plasmáticas. Além disso, durante os períodos de treinamento pesado, os atletas possuem uma menor secreção de IgA na saliva, o que pode contribuir para o aumento da incidência de infecção nas vias aéreas superiores. Contudo, a ingestão de carboidratos em bebidas durante o exercício pode ter o benefício adicional por ajudar a manter a taxa de fluxo salivar durante o exercício. Assim, além de promover maior liberação de IgA, na saliva contém várias proteínas com propriedades antimicrobianas, incluindo lisozima e Beta-amilase.
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